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HistóriGeo - Portugal

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16
Mar08

Alimentação em Portugal, factos históricos - o vinho - Minho

EduardoSantosCarneiro

... "o vinho",   

Produto essencial na alimentação, pelo menos da população mediterrânica.

         As vinhas eram dominantes em toda a Europa Mediterrânea, e outras zonas da Europa Central e do Norte. Quanto ao seu consumo deve referir-se que com o século XVI a embriaguez terá aumentado por todo o lado (45), e isto porque "o vinho seguiu os europeus para fora da Europa, zonas do México, Peru, Chile – no século XVI, na Califórnia no século XVII" (46).

         Segundo Fernand Braudel, os êxitos mais estrondosos são em pleno Atlântico, entre o velho e o novo mundo, nas ilhas da Madeira e dos Açores (47).

         Quanto a Portugal, pelo seu ditoso clima, possui condições em extremo favoráveis ao seu desenvolvimento.

         A videira apresenta muitas variedades, conforme as regiões:

         - Entre Douro e Minho, onde o solo é granítico predomina a videira de vinho verde. Na parte média da bacia do Douro, medra a videira do vinho generoso.

         - Entre o Dão e o Mondego, existência da videira do vinho Dão.

         - No Alentejo, o vinho de Borba e Pêra Manca.

         - No Algarve outros tipos de vinho (48).

         Há ainda a referir outras zonas de vinho no nosso país, que se foram criando no século XIX e XX.

         No que diz respeito à época medieval há documentos onde se pode ver referências à viticultura, respectivamente as regiões da Beira e Entre Douro e Minho, embora também existisse noutras regiões do país, "visto que tal cultura já existia na Lusitânia Romana e pré Romana" (49).

         Nesta época medieval e mesmo na época moderna bebia-se muito, "o vinho dava força, alegria e não transmitia doenças. Havia sem dúvida, um consumo exagerado de vinho como se pode comprovar através de vários documentos" (50).

         No que respeita às zonas cultivadas,  em meados do século XIX e inícios do XX, deve salientar-se que o vinho estava já presente um pouco por todo o continente, podem-se até destacar três grandes centros vinícolas:

         "Minho - produz vinho verde, destinado na sua quase totalidade ao consumo da própria região.

         Alto-Douro - produz a única qualidade de vinho que é objecto de forte mercantilização, o vinho do Porto e, em termos de valor, que maior importância tem na economia portuguesa.

         Estremadura e o Ribatejo - integram o terceiro grande centro vinícola dedicado à produção de vinhos maduros de fraca qualidade e na sua quase totalidade destinados ao consumo corrente" (51).

         Podemos assim concluir que o vinho era um produto importantíssimo para a população e para a economia do país, caso do vinho do Porto, que era exportado.*

 

 

http://twitter.com/eduardocarneiro

 

https://www.facebook.com/eduardo.santoscarneiro 

 

(45) BRAUDEL, Fernand - As Estruturas do Quotidiano..., Tomo 1, Lisboa, Ed. Teorema, 1985, p. 198.

(46) Idem, Ibidem, p. 198.

(47) Id., Ibid., p. 199.

(48) VASCONCELOS, J. Leite de - Etnografia Portuguesa, vol. III, Lisboa, Imp. Nacional de Lisboa, 1941, pp. 73 - 75.

(49) Idem, Ibidem, p. 75.

(50) ARNAUT, Salvador Dias - O Livro de Cozinha da Infanta D. Maria de Portugal, Coimbra, 1967.

(51) JUSTINO, David - A Formação do Espaço Económico Nacional...,vol. 1,Lisboa,Ed. Vega, s/d., pp.44

*CARNEIRO, Eduardo Manuel Santos (1996)-Alimentação em Portugal, Subsídios para o seu Estudo, Univ. Portucalense, Porto.

074.jpg https://www.instagram.com/historigeoportugal/?hl=pt 

 

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