Alberto Sampaio - Historiador Vila Nova de Famalicão
"Alberto da Cunha Sampaio, nasceu em Guimarães a 15 de Novembro de 1841. Passa a sua infância dividida entre Guimarães, de onde sua mãe era natural, e a Quinta da Boamense na freguesia de S. Cristóvão de Cabeçudos do concelho de Vila Nova de Famalicão, propriedade do seu pai de quem ficou orfão apenas com três meses de idade... (48)."Fez os primeiros estudos no colégio de Landim, freguesia do concelho de Famalicão, terminados os primeiros estudos segue para Braga onde se prepara para entrar na única universidade de então - a de Coimbra. Aí matriculou-se na faculdade de Direito em 1858, concluindo Alberto Sampaio a sua formatura em 1863.
A passagem por Coimbra e a convivência que aí manteve com homens de talento excepcional como Antero de Quental, João de Deus, Teófilo Braga, Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro e tantos outros, influenciaram profundamente a sua formação intelectual" (49).
Podemos concluir do que aqui foi referido, e tendo por base outros documentos que o Dr. Alberto Sampaio era sem dúvida uma pessoa de grande talento. Era "excepcionalmente inteligente, culto e sabedor. Alberto Sampaio dedica-se apaixonadamente ás investigações históricas e aos estudos agrícolas revelando-se o historiador exacto, rigoroso e profundo.
Os estudos históricos-económicos atraem-no e a eles se dedica com entusiasmo (50).
Do imenso labor de Alberto Sampaio nascem «As Vilas do Norte de Portugal» e mais tarde «As Póvoas Marítimas»..., trabalhos que o colocam ao nível dos nossos maiores historiadores de então: Alexandre Herculano e Gama Barros" (51).
"A obra de Alberto Sampaio está também dispersa em revistas científicas, onde se vê que ele denota uma invulgar penetração critica e poder de análise" (52).
Foi sem dúvida um grande historiador, o Dr. Alberto Sampaio viajou pelo estrangeiro e conhecia-lhe as opiniões eruditas. Permaneceu algum tempo em Lisboa frequentando meios literários, sobretudo o da Gazeta de Portugal, mas nenhuma das suas cartas é datada da capital; é de Guimarães, de Famalicão em cujo concelho se situava a casa paterna de Boamense (53), Casa situada num local calmo, o lugar exacto para se poder reflectir e repousar.
O Dr. Alberto Sampaio faleceu com a idade de 67 anos, no dia 1 de Dezembro de 1908, na sua casa de Boamense, e acerca da sua morte vou citar um extracto do jornal semanário «Estrella do Minho» de Famalicão no qual está escrito:
"-Faleceu em Boamense, Cabeçudos, o Dr. Alberto Sampaio que era um escriptor erudito que deixa um nome notável como historiador e ethenographo. A sua obra dispersa em revistas scientificas, denota uma invulgar penetração critica e poder de analyse que o collocam a par com os mais proeminentes publicistas...
... Era um grande espírito, prespicaz e inconfundível. Pois apesar d'isso era quasi um desconhecido entre nós" (54). Realmente Alberto Sampaio era um desconhecido na sua época em Famalicão, pois em Famalicão ele refugiava-se na sua quinta, mas o meio intelectual português conhecia-o bem, era um homem de valor nacional.
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(48) FARIA, Emília Sampaio Novoa, Notas Biográficas Sobre Alberto Sampaio-s/l, Câmara Mun. de V. N. de Famalicão-s/d, p17
(49) (50) Idem, Ibidem
(52), (53) In Estrella do Minho - Famalicão, 6/Dez/1908, "Dr. Alberto Sampaio", p.1.
Pesquisa de:
CARNEIRO, Eduardo Manuel Santos (1997) – "Actividades Sócio-Culturais, Comerciais e Personalidades de V. N. Famalicão no início do século XX", Boletim Cultural nº 14, V. N. Famalicão, 1997.
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